2 de nov. de 2012

Disney x Star Wars


Desde que Darth Vader revelou que era o pai de Luke Skywalker, os fãs de "Star Wars" não ficavam tão boquiabertos como nesta terça (30), quando George Lucas anunciou a venda da Lucasfilm para a Disney e – mais importante – que uma nova trilogia chegaria ao cinema, a começar pelo "Episódio VII", em 2015.
As especulações sobre como serão esses novos filmes estão voando mais rápido do que a própria Millennium Falcon; afinal de contas, Lucas jurava que jamais continuaria a saga no cinema – o que, de certa forma, não era mentira, pois ele passou o comando de "Star Wars" para a produtora Kathleen Kennedy, que terá a responsabilidade de escolher o diretor dos novos filmes. Mas que ninguém se iluda que, aposentado ou não, Lucas manterá o olho no boi que já foi seu e agora pasta em outros campos.
Além de uma nova trilogia, o anúncio deixou claro que haverá outros filmes, independentemente da contagem de “episódios”. E há uma série de TV live-action dormente ainda sob a antiga gestão da Lucasfilm. É sobre a nova trilogia e esses projetos paralelos que UOL encarna o mestre Yoda e tenta enxergar o futuro, sempre com as palavras do próprio personagem em mente: “sempre em movimento o futuro está.”


Episódios VII, VIII e IX
Os fãs nunca engoliram a balela que George Lucas tentou vender à época da Nova Trilogia (1999-2002-2005), de que a saga sempre foi pensada como seis filmes sobre a família Skywalker. Entrevistas antigas, de 1978, revelam que ele considerou inicialmente 12 filmes – quatro trilogias – e que rascunhou sinopses para cada um dos episódios. Posteriormente, quando a história ganhou corpo na mente e no papel, o cineasta fechou a conta em nove longas-metragens. O que virá agora será exatamente esta trilogia final. Mas que história ela contará?
Para decepção de muita gente, é praticamente impossível que os Episódios VII, VIII e IX sejam baseados na trilogia de livros “Herdeiros do Império”, de Timothy Zahn (lançados no Brasil nos anos 1990 pela editora Best Seller e hoje fora de catálogo). Lucas sempre olhou com desdém para o material licenciado pela Lucasfilm (livros, quadrinhos, games) e, como dito, já deixou algo planejado de próprio punho.
Além disso, “Herdeiros do Império” se passa cinco anos depois dos eventos de "O Retorno de Jedi", o que implicaria em chamar novos atores para os papéis de Harrison Ford, Carrie Fisher e Mark Hamill e correr o risco de aumentar a ira dos velhos fãs, já tão destratados pelos rumos da Nova Trilogia. Outro fator contra é que esses personagens não teriam apelo para uma nova geração de fãs – hoje as crianças que crescem vendo "Clone Wars" identificam a saga com Anakin, Obi-Wan, Asoka e o capitão Rex, e não com Han, Luke e Leia.
O mais provável é que os Episódios VII, VIII e IX se passem 20 anos depois do encerramento da Trilogia Clássica (mesmo período de tempo que a separa da Nova Trilogia) e apresentem outra geração de heróis com uma nova “guerra nas estrelas” a ser vencida. E, com essa separação cronológica, é plenamente viável o envolvimento, em algum aspecto, de Harrison Ford, Carrie Fisher e Mark Hamill em participações especiais ou até mesmo como parte fundamental da trama.
Desde Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal que George Lucas e Harrison Ford apararam as arestas do relaciomento conturbado, e Mark Hamill nunca chegou a romper com o criador de Luke; Carrie Fisher jamais se furtou a participar de homenagens a Lucas, mas é um caso mais difícil pela personalidade e vida pessoal atribuladas.
Para deixar a possibilidade mais clara, em uma entrevista datada de 2004, Mark Hamill se recordou de uma conversa entre ele e George Lucas ocorrida em 1976, durante as filmagens de "Star Wars", na Tunísia. No papo, o cineasta perguntou ao então jovem ator se ele não gostaria de fazer uma participação especial em um “Episódio X”, em 2011 (segundo a ideia original de 12 filmes), no qual atuaria como um “Obi-Wan Kenobi passando o sabre de luz para a próxima nova esperança.” Será que uma miragem no deserto provocou esta visão da Força?


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